Após a morte de Jesus, o cristianismo ainda não havia se separado do judaísmo em Jerusalém. Era visto como mais uma das correntes seguidas pelos judeus na região, apenas um seita assim como as demais – e que exigia práticas como circuncisão e restrições alimentares. É então que entram em cena Pedro e Paulo, que libertam a necessidade dos novos cristãos de seguirem essas regras e conseguem levar a nova fé para Roma, sede do maior império da época, Roma – lá, eles foram assassinados e se tornaram os primeiros mártires da Igreja.Enquanto o cristianismo conquistava adeptos em Roma, Jerusalém era desfigurada após uma série de guerras. “A cidade foi destruída duas vezes, o que dificultou a formação de um centro organizado, capaz de agregar os novos fiéis”, segundo Liz Carmichael, Professora de Teologia na Universidade de Oxford, na Inglaterra.Ela se refere aos episódios de 70 e 135, quando a região foi destruída e queimada pelos romanos. Depois da segunda devastação, as ruínas deram lugar a uma cidade pagã, batizada de Aelia Capitolina. Após o imperador romano Constantino I se converter ao cristianismo, no século IV, a sede do império se tornou também a sede da nova fé. Para os cristãos do Ocidente, Roma passou a ser considerada a cidade-referência. “Essa decisão foi tomada unindo aspectos políticos e religiosos”, afirma o teólogo Richard McBrien, autor da Enciclopédia do Catolicismo. A fundação do Vaticano demarcou não só uma área sagrada como também o fim de uma rixa entre o Estado Italiano e a Igreja Católica Apostólica Romana.No Tratado de Latrão, de 1929, o ditador Benito Mussolini reconheceu a soberania do Vaticano. A Igreja (então liderada pelo Papa Pio XI), por sua vez, aceitou devolver as possessões adquiridas durante as Cruzadas e assentiu que, a partir de então, Roma seria capital do Estado.“Não houve uma decisão formal no sentido de substituir Jerusalém pelo Vaticano como sede do cristianismo”, diz McBrien. “Foi uma transformação política. Jerusalém foi perdendo importância em comparação a Roma.”
Sobre o Vaticano
Vaticano ou Cidade do Vaticano, oficialmente Estado da Cidade do Vaticano (em italiano: Stato della Città del Vaticano (tfit´ta del vati ´ka:no); em latim: Civitas Vaticana), é a sede da Igreja Católica e uma cidade-estado sem costa marítima, cujo território consiste de um enclave murado dentro da cidade de Roma, capital da Itália. Com aproximadamente 44 hectares (0,44 km²) e com uma população estimada de 1000 habitantes, é a menor entidade territorial do mundo administrada por um Estado.A Cidade do Vaticano é uma cidade-Estado que existe desde 1929. É distinta da Santa Sé, que remonta ao cristianismo primitivo sendo a principal Sé Episcopal de 1,5 bilhão de católicos romanos (latinos e orientais) de todo o mundo. Ordenanças da Cidade do Vaticano são publicadas em italiano; documentos oficiais da Santa Sé são emitidos principalmente em latim. As duas entidades ainda têm passaportes distintos: a Santa Sé, como não é um país, apenas trata de questões de passaportes diplomáticos e de serviço; o Estado da Cidade do Vaticano cuida dos passaportes comuns. Em ambos os casos, os passaportes emitidos são muito poucos.O Tratado de Latrão, de 1929, que criou a cidade-Estado do Vaticano, a descreve como uma nova criação (preâmbulo e no artigo III) e não como um vestígio dos muito maiores Estados Pontifícios (756–1870), que anteriormente abrangiam a região central da Itália. A maior parte deste território foi absorvido pelo Reino da Itália em 1860 e a porção final, ou seja, a cidade de Roma, com uma pequena área perto dele, dez anos depois, em 1870. Os papas residem na área, que em 1929 tornou-se a Cidade do Vaticano, desde o retorno de Avinhão em 1377. Anteriormente, residiam no Palácio de Latrão na colina Célio no lado oposto de Roma, local que Constantino I deu ao Papa Milcíades em 313. A assinatura dos acordos que estabeleceram o novo Estado teve lugar neste último edifício, dando origem ao nome Tratado de Latrão, pelo qual é conhecido.A Cidade do Vaticano é um Estado Eclesiástico ou Teocrático-Monárquico, governado pelo Bispo de Roma, o Papa. A maior parte dos funcionários públicos são todos os clérigos católicos de diferentes origens raciais, étnicas e nacionais. É o território soberano da Santa Sé (Sancta Sedes) e o local de residência do Papa, referido como o Palácio Apostólico.
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