Ex Libris
(Enciclopédia Britânica): “Etiqueta impressa para indicar a propriedade pessoal de livros, é quase tão antiga quanto o próprio livro impresso”.
(Francisco Esteve Botey – Ex libris v Exlibristas): “Não é, em essência, mas o sinal de posse ou permanência que desde tempos imemoriais têm feito aparecer todo dono de um livro escrito ou impresso, como era domínio ou propriedade privada”.
(The American): "É uma etiqueta desenhada, ou gravada, usualmente decorada, que se cola num canto interior de um livro, como símbolo de propriedade".
(Dicionário Portugal): “Por essas duas palavras se designam certas vinhetas, etiquetas, com um nome, iniciais, ou monograma, usadas por alguns bibliófilos, nos livros que possuem e as quais são, em geral, colocadas na guarda interior de um volume, isto é, no verso da pasta da frente. Consistem num pedaço de pele, ou mais vulgarmente de papel, tendo impresso o nome do possuidor do livro, acompanhado, muitas vezes, do seu brasão, de uma divisa ou de quaisquer ornamentos”.
Clado Ribeiro de Lessa (Introdução ao Catálogo da 1a Exposição Brasileira de Ex Libris): "É o nome pelo qual são designadas pequenas etiquetas de papel, reproduzidas por quaisquer processos mecânicos e que se colam na face interna da pasta frontal do livro, ou da anterior das brochuras, para indicar-lhes o possuidor.
A GRAFIA DA PALAVRA EX-LÍBRIS
Importantes conhecedores, pesquisadores e usuários utilizam essas palavras latinas com e sem hífen.
Primeiramente, podemos entendê-lo analisando o estudo de etnografia comparada, publicado na Revista Lusitana, pelo eminente filólogo português José Leite de Vasconcelos. Pensa o mestre que não é coerente usar o hífen nesse caso, e demonstra que a língua latina pede o uso sem o referido sinal de ligação.
Se observarmos a cronologia, veremos a expressão ex libris surgindo após o século XVI. De acordo com Manuel Esteves, de início eram comuns tanto a expressão "ex libris" como "ex bibliotheca", e, em ambas, não se usava hífen, depreendendo-se que o uso deste é coisa de pouco tempo para cá.
Cita ainda o eminente professor brasileiro Carlos Pastorino, do Colégio Pedro II, do Rio de Janeiro, no “Boletim da Sociedade de Amadores Brasileiros de Ex Libris”, que, ao falar do próprio ex libris, trabalhou a matéria com os seguintes argumentos:
“Nas palavras ex libris não há hífen, pois são duas palavras latinas distintas: “ex” (de, dos) e “libris” (livros).
Se houvesse o hífen, mudaria o sentido (aliás, em latim não existe o hífen). Confrontem-se as expressões: “ex-alunos”, “ex-diretores” etc., ou seja “não são mais alunos”, “não são mais diretores”. "Ex-Libris", pois, viria a ser:“não são mais livros.”
Corroborando essa linha de raciocínio, ressalvamos que a maioria dos latinistas e grandes conhecedores do tema raramente usam o hífen. Pensamos, entretanto, se usado, tal não diminui a importância da criação. Apenas a expõe a outras interpretações, senão vejamos:
O formidável Fausto Moreira Rato, na sua obra Manual de Ex-librística, editada cm 1976, diz que em virtude de não se haver estudado atentamente o assunto, no início do uso na língua portuguesa, começou-se a usar o hífen ligando os dois elementos e, desde então, consagraram-se as duas formas (com e sem hífen).
Argumenta, com segurança, que existem duas maneiras corretas de escrevê-las: em latim ex libris (sem hífen), ou em português ex-líbris (com hífen e com acento agudo no primeiro " i", em virtude desse segundo elemento ser paroxítono e terminar em “is”).
E continua, esclarecendo que a pronúncia correta, em qualquer dos casos, é “ékese libris”, pois, segundo ele, é assim que se diz a partícula “ex” em latim, quando não significa “que foi” ou “que já passou”. A pronúncia “eis” significaria “já não era”, “tinha sido”...
Enfim, ambas as grafias podem ser encontradas. Preferenciada a forma aportuguesada ex-líbris, inclusive porque é a registrada no Novo Dicionário da Língua Portuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda.
Tais filigranas, entretanto, são parte da poesia que cerca o mundo do ex-librista, porquanto, mesmo se fora das normas, regras e tradições e mesmo quando algo muito simples, desde que colado a um livro, como comprovada marca de propriedade, será, indubitavelmente, um ex-líbris.
ESCLARECIMENTO DE OUTRAS EXPRESSÕES USADAS
Finis Libris
Um ex-líbris colado no verso da contracapa, ou seja, ao final do livro, no verso da cobertura posterior. Raramente é encontrado e, ainda assim, pode o mesmo livro conter o ex-líbris no local adequado.
Super Libris
Também chamado Super libros, é uma marca ornamental externa, geralmente aplicada na lombada, que algumas vezes aparece com divisa, abreviatura do nome ou iniciais do proprietário. Alguns preferem chamá-lo de ex-líbris exterior e comumente vem acompanhado do ex-líbris.
Ex-líbris Múltiplos
Uns poucos criam ex-líbris diferenciados para os diversos campos da sua biblioteca, tais corno Direito, Filosofia, História etc.
VEJA MAIS SOBRE EM: https://dedechi.wixsite.com/dedechi/post/ex-libris