Primeira Dinastia - Borgonha: (Afonsina)
A dinastia de Borgonha durou de 1139 até 1383 e neste período o Condado expandiu o seu território até o sul da Península Ibérica na região do Algarves em terras tomadas aos mouros.
A sociedade formada pela nobreza, clero, servos e uns poucos homens livres, ocupavam-se basicamente da produção agrícola e as oliveiras, vinhedos, trigo, cevada, centeio, as peras e maçãs cobriam a região.
A sociedade era feudal com a classe dominante tendo seus privilégios de isenção de impostos e recebendo contribuições em trabalho dos servos em troca da proteção militar e do direito de cultivar a terra.
No entanto a autoridade do rei já era forte, diferentemente do que acontecia no resto da Europa e na direção do pais ele distribuía terras, renovava a marinha e explorava minas. Isto porque a unificação do território português foi concomitante ao fortalecimento do poder real que exigia a manutenção de um exército permanentemente mobilizado contra os mouros.
A partir do séc. XIV houve um renascimento comercial e os reis mais do que nunca interferiram na economia. Portugal que já desenvolvera muito as técnicas náuticas, graças a pesca, (da sardinha, do atum e da baleia) passaram a aplica-las na navegação comercial e cidades como Lisboa e Porto se destacam porque por elas passavam mercadorias trazidas do oriente pelos italianos que eram então levadas para outras regiões de comércio importantes ao norte como Inglaterra e Flandres. Realizavam o comercio entre o sul e o norte da Europa substituindo antigas rotas terrestres, agora comprometidas pela peste, revoltas camponesas e urbanas, agitação social e insegurança nas estradas. As cidades do Porto e Lisboa também se tornavam local de encontro de comerciantes e navegadores onde experiências e informações eram trocadas. O desenvolvimento desse comércio resultou na formação de um ativo grupo de comerciantes, isto é, uma burguesia mercantil portuguesa. Os reis ao mesmo tempo em que protegiam os comerciantes arrecadavam impostos com os quais fortaleciam o estado com seus exércitos, manutenção da corte, construção de castelos, fortalezas, igrejas, e sustento de asilos e hospitais.
Durante o séc. XIV, Portugal enfrentou como o restante da Europa a crise do sistema feudal. Muitos servos deixaram os seus feudos e foram para as cidades onde as condições da vida ainda eram muito ruins. Ao mesmo tempo Castela continuava combatendo os mouros e alguns nobres portugueses desejavam se engajar nesta luta e obter assim a possibilidade de ficar com suas terras ao sul da Espanha e no norte da África.
Quando da morte de Dom Fernando (1367-1383) o ultimo rei da dinastia Borgonha, o trono português passou para sua filha que era casada com o rei de Castela e a união dos dois reinos parecia decidida.
Foi quando a burguesia desejosa de ter um rei presente e atuante, aliada ao povo e parte da nobreza, expulsou estes governantes de Portugal e aclamou rei ao irmão bastardo de D. Fernando, o Mestre de Avis, que subiu ao trono como D. João I dando inicio a uma nova dinastia: a de Avis. Em agosto de 1385 as forças portuguesas venciam as de Castela na Batalha de Aljubarrota.
1139 - 1185 D. Afonso Henriques "O Conquistador" (25 Julho 1111 Guimarães - 6 Dezembro 1185 Coimbra) Casou com D. Mafalda de Sabóia
1185 - 1211 D. Sancho I "O Povoador" (11 Novembro 1154 Coimbra-27 Março 1211 Coimbra) Casou com D. Dulce de Aragão
1211 - 1223 D. Afonso II "O Gordo" (23 Abril 1185 Coimbra-21 Março 1223 Alcobaça) Casou com D. Urraca
1223 - 1248 D. Sancho II "O Capelo" (8 Setembro 1202 Coimbra-4 Janeiro 1248 Toledo) Casou com D. Mécia Lopes de Hero
1248 - 1279 D. Afonso III "O Bolonhês" (5 Maio 1210 Coimbra-16 Fevereiro 1279 Alcobaça) Casou com D. Matilde de Bolonha e com D. Beatriz de Castela
1279 - 1325 D. Dinis I "O Lavrador" (9 Outubro 1261 Lisboa-7 Janeiro 1325 Odivelas) Casou com D. Isabel de Aragão
1325 - 1357 D. Afonso IV "O Bravo" (8 Fevereiro 1291 Coimbra-28 Maio 1357 Lisboa) Casou com D. Beatriz
1357 - 1367 D. Pedro I "O Justiceiro" (18 Abril 1320 Coimbra-18 Janeiro 1367 Alcobaça) Casou com D. Constança Manuel e com D. Inês de Castro
1367 - 1383 D. Fernando I "O Formoso" (31 Outubro 1345-22 Outubro 1383 Santarém) Casou com D. Leonor de Telles
1383 - 1385 - Interregno
Designação dada por toda a historiografia ao período que medeia a morte de D. Fernando e a ascensão ao trono do seu meio-irmão bastardo, o Mestre de Avis D. João, e que compreende as regências de D. Leonor Teles e do próprio Mestre de Avis.
22 de outubro de 1383 - 16 de dezembro de 1383 D. Leonor Teles
16 de dezembro de 1383 - 6 de abril de 1385 D. João Mestre de Avis
Segunda Dinastia - Avis:
A dinastia de Avis realizou a aliança da burguesia com o novo rei o que fez nascer as condições políticas favoráveis a grande expansão comercial e marítima de Portugal no séc. XV.
Estas condições eram:
a centralização política, acumulação prévia de capitais, grupo mercantil forte aliado aos interesses reais, desenvolvimento náutico.
Foi então que Portugal decidiu livrar-se dos intermediários no comercio com o oriente o que fazia com que eles pagassem muito caro por produtos quase sempre de má qualidade. Os sucessores deste rei realizaram o ciclo oriental atingindo Ceuta, Cabo da Boa Esperança, Índias e o Brasil.
O desenvolvimento da atividade comercial tornou-se em Portugal uma empresa do estado monárquico absolutista camuflando os interesses propriamente burgueses de expansão sob uma bandeira: a missão de levar a fé cristã aos infiéis.
O ultimo rei desta dinastia foi o rei D. Sebastião que morreu em Alcacer Quibir em 1578 e o trono foi ocupado por seu tio o cardeal D. Henrique que morreu sem deixar herdeiros. O parente mais próximo era o todo poderoso rei da Espanha Felipe II que incorporou Portugal e suas colônias aos seus domínios. Foi o período da União Ibérica, (1580-1640) que teve como uma das conseqüências desta união para o Brasil a perda da validade da linha das Tordesilhas da qual os portugueses tiraram proveito avançando para o interior do território brasileiro que trará a necessidade de novos tratados de limites entre os dois países ibéricos com relação ao Brasil no fim desta união.
A União Ibérica só terminou quando o duque de Bragança foi aclamado rei, como D. João IV patrocinado pela nobreza e incentivado pela Companhia de Jesus.
1385 - 1433 D. João I "O de Boa Memória" (11 Abril 1357 Lisboa-14 Agosto 1433 Batalha) Casou com D. Filipa de Lencastre
1433 - 1438 D. Duarte I "O Eloquente" (31 Outubro 1391 Viseu-9 Setembro 1438 Batalha) Casou com D. Leonor de Aragão
1438 - 1481 D. Afonso V "O Africano" (15 Janeiro 1432 Sintra-28 Agosto 1481 Batalha) Casou com D. Isabel
1481 - 1495 D. João II "O Príncipe Perfeito" (3 Maio 1455 Lisboa-25 Outubro 1495 Batalha) Casou com D. Leonor
1495 - 1521 D. Manuel I "O Venturoso" (31 Maio 1469 Alcochete-13 Dezembro 1521 Belém) Casou com D. Isabel de Castela, D. Maria de Castela e com D. Leonor
1521 - 1557 D. João III "O Piedoso" (6 Junho 1502 Lisboa-11 Junho 1557 Belém)Casou com D. Catarina de Áustria
1557 - 1578 D. Sebastião I "O Desejado" (20 Janeiro 1554 Lisboa-4 Agosto 1578 África) Não Casou
1578 - 1580 D. Henrique I "O Casto" (31 Janeiro 1512 Almeirim-31 Janeiro 1580) Não Casou
1580 - 1580 D. António I "O Determinado" (1531 Lisboa-26 Agosto 1595 Paris) Não Casou
Terceira Dinastia - dos Habsburgos: (Filipina) - Reis Espanhóis- (União Ibérica):
Os soberanos desta dinastia foram também reis de Castela, Países Baixos, Nápoles, Sicília, Leão, Aragão, Valencia, Galiza, Navarra, Granada, duques de Borgonha, etc., títulos genericamente reunidos sob a designação de Reis de Espanha.
União ibérica foi a unidade política que regeu a Península Ibérica de 1580 a 1640,resultado da união dinástica entre as monarquias de Portugal e da Espanha após a Guerra de Secessão Portuguesa. Na sequência da crise de sucessão de 1580 em Portugal, uma união dinástica que juntou as duas coroas, bem como as respectivas possessões coloniais, sob o controle da monarquia espanhola durante a chamada dinastia Filipina. O termo união ibérica é uma criação de historiadores modernos.
Sancho III de Navarra e Afonso VII de Leão e Castela ambos tomaram o título de Imperator totius Hispaniae, que significa "Imperador de Toda a Hispânia". A união poderia ter sido alcançada antes se Miguel da Paz (1498-1500), Príncipe de Portugal e das Astúrias, filho do primeiro casamento do rei D. Manuel I com a infanta Isabel de Aragão, tivesse chegado a rei, mas este morreu na infância.
A história de Portugal desde a crise de sucessão iniciada em 1578 até aos primeiros monarcas da dinastia de Bragança foi um período de transição. O Império Português estava no auge no início deste período.
Ao longo do século XVII, a crescente predação às feitorias portuguesas no Oriente por holandeses, ingleses e franceses, e a rápida intrusão no comércio atlântico de escravos, minou o lucrativo monopólio português no comércio oceânico de especiarias e no tráfico de escravos, iniciando um longo declínio. Em menor medida, o desvio de riqueza de Portugal pela monarquia dos Habsburgo para sustentar o lado católico na Guerra dos Trinta Anos, também criou tensões dentro da união, embora Portugal tenha beneficiado do poderio militar espanhol para ajudar a manter o Brasil e impedir o comércio holandês. Estes eventos, e aqueles que ocorreram no final da dinastia de Aviz e no período da união ibérica, levaram Portugal a um estado de dependência das suas colônias, primeiro da Índia e depois o Brasil.
A derrota na batalha de Alcácer-Quibir em 1578, que resultou na morte do jovem rei português D. Sebastião, ditou o fim da Dinastia de Aviz. O sucessor, seu tio Cardeal Henrique de Portugal, tinha 70 anos na época. À sua morte, em 31 de Janeiro de 1580, seguiu-se uma crise de sucessão, com três netos de D. Manuel I de Portugal a reivindicar o trono: Catarina, Infanta de Portugal e duquesa de Bragança, Antonio Prior do Crato e Filipe II da Espanha.
A maioria dos membros do Conselho de Governadores do Reino apoiaram Filipe.
Após partirem para Espanha, declaram-no o sucessor legal do Henrique. Perante a falta de uma decisão clara sobre a sucessão, os dois principais pretendentes passam à acção: o primeiro movimento foi de Filipe II, cujas forças castelhanas entram no Alentejo a 16 de Fevereiro, tomando sem resistência diversas praças. O Prior do Crato consegue um crescente apoio do povo, mobilizando a seu favor o sentimento patriótico e a recusa à aceitação de um monarca estrangeiro. Em 24 de Julho 1580 foi aclamado rei de Portugal pelo povo de Santarém, e, em seguida, em muitas cidades e vilas do país. Assumindo o título de D. António I, partiu para Lisboa onde foi recebido sem grande entusiasmo.
O Terço Espanhol comandado pelo terceiro duque de Alba, Fernando Pimentel marchou para a capital. Antes de entrar em Lisboa, o duque de Alba impôs às províncias portuguesas a sujeição a Filipe II.
A 25 de Agosto travou a Batalha de Alcântara, derrotando a força leal ao Prior do Crato chefiada por D. Diogo de Meneses. Enquanto isso, permitiu aos seus soldados saquear os arredores da capital, onde apreendeu um imenso tesouro.
Filipe II de Espanha foi coroado como Filipe I de Portugal em 1581, sendo reconhecido como rei pelas Cortes de Tomar, iniciando a Casa dos Habsburgos portuguesa, a chamada dinastia Filipina.
A resistência liderada por D. António recuou para os Açores, onde até 1583 este foi reconhecido como rei e chegou a cunhar moeda. A rendição deu-se após encarniçadas lutas, com o Desembarque da Baia das Mós.
Quando Filipe partiu em 1583 para Madrid, nomeou o seu sobrinho, o Cardeal Alberto de Áustria como Vice-rei de Portugal sediado em Lisboa.
Em Madrid, estabeleceu o Conselho de Portugal para o aconselhar sobre assuntos portugueses.
1581 - 1598 D. Filipe I "O Prudente" (21 Março 1527 Valhadolid-13 Setembro 1598 Escorial) Casou com D. Maria de Portugal; D. Maria Tudor, D. Isabel de Valois e com D. Ana de Áustria
1598 - 1621 D. Filipe II "O Pio" (14 Abril 1578 Madrid-31 Março 1621 Escorial) Casou com D. Margarida de Áustria
1621 - 1640 D. Filipe III "O Grande" (8 Abril 1605 Madrid-17 Setembro 1665 Escorial) Casou com D. Isabel de França
Quarta Dinastia - Bragança:
A dinastia de Bragança assiste ao fim do apogeu de Portugal e o inicio da decadência do seu império.
Para obter apoio de outras nações quando da separação da Espanha, Portugal deu como garantia o seu comercio com as colônias portuguesas. A descoberta do ouro em MG, MT, GO a partir de 1700 prolonga a prosperidade portuguesa por mais algum tempo. Enquanto isto a Inglaterra realizava a sua Revolução Industrial tornando-se em breve o novo centro do capitalismo mundial. Portugal fica sendo apenas o intermediário do comercio entre suas colônias de onde trazia os produtos primários e da Inglaterra que fornecia os produtos manufaturados. Desta forma o ouro brasileiro foi parar na Inglaterra.
Foram também reis da dinastia de Bragança que virão para o Brasil quando das invasões napoleônicas em Portugal (D.João VI em 1808) e que farão a independência política do Brasil em 1822 com D.Pedro I do Brasil e IV de Portugal.
1640 - 1656 D. João IV "O Restaurador" (19 Março 1604 V. Viçosa-6 Novembro 1656 Lisboa) Casou com D. Luísa de Gusmão
1656 - 1683 D. Afonso VI "O Vitorioso" (21 Agosto 1643 Lisboa-12 Setembro 1683 Lisboa) Casou com D. Maria Francisca de Sabóia
1683 - 1706 D. Pedro II "O Pacífico" (26 Abril 1648 Lisboa-9 Dezembro 1706 Lisboa) Casou com D. Maria Francisca de Sabóia e com D. Maria Sofia de Neuburgo
1706 - 1750 D. João V "O Magnânimo" (22 Outubro 1689 Lisboa-31 Julho 1750 Lisboa) Casou com D. Maria Ana de Áustria
1750 - 1777 D. José I "O Reformador" (6 Junho 1714 Lisboa-24 Fevereiro 1777 Lisboa) Casou com D. Mariana Vitória
1777 - 1816 D. Maria I "A Piedosa" (17 Dezembro 1734 Lisboa-20 Março 1816 Lisboa) Casou com D. Pedro III
1816 - 1826 D. João VI "O Clemente" (13 Maio 1767 Queluz-10 Março 1826 Lisboa) Casou com D. Carlota Joaquina
1826 - 1826 D. Pedro IV "O Rei Soldado" (12 Outubro 1798 Queluz-24 Setembro 1834 Lisboa) Casou com D. Maria Leopoldina
1828 - 1834 D. Miguel I "O Tradicionalista" (26 Outubro 1802 Lisboa-14 Novembro 1866 Áustria) Casou com D. Adelaide de Rosenberg
1826 - 1853 D. Maria II "A Educadora" (4 Abril 1819 Rio de Janeiro-15 Novembro 1853 Lisboa) Casou com D. Fernando II de Saxe Coburgo-Gotha
1853 - 1861 D. Pedro V "O Esperançoso" (16 Setembro 1837 Lisboa-11 Novembro 1861 Lisboa) Casou com D. Estefânia Hohenzollern-Sigmaringen
1861 - 1889 D. Luís I "O Popular" (31 Outubro 1838 Lisboa-19 Outubro 1889 Lisboa) Casou com D. Maria Pia de Sabóia
1889 - 1908 D. Carlos I "O Martirizado" (28 Setembro 1863 Lisboa-1 Fevereiro 1908 Lisboa) Casou com D. Maria Amélia de Orleães
1908 - 1910 D. Manuel II "O Rei Saudade" (15 Novembro 1889 Lisboa-2 Abril 1932) Casou com D. Augusta Vitória Hohenzollern-Sigmaringen
D. Luís Filipe de Bragança, legítimo sucessor de Dom Carlos I, aquando do regicídio sobreviveu a seu pai por vinte minutos, o que pela lei da ascensão automática ao trono prevista na Constituição, Luís Filipe teria sido um dos monarcas com um dos reinados mais curtos da história, que durou apenas vinte minutos.
Todos estes reis foram também soberanos do Reino de Algarve, a partir de D. Afonso III; antes dele, D. Sancho I usou esse título (ou o alternativo rei de Silves) entre 1189 e 1191.
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