Utiliza-se este substantivo para denominar um conjunto de indivíduos que goza, em virtude de transmissão legal hereditária, de privilégios políticos e direitos superiores aos da maioria da população.
O princípio de tudo está nas sociedades primitivas, quando os homens mais fortes e hábeis tornavam-se chefes de tribos ou clãs.
Freqüentemente havia um corpo de indivíduos que o apoiava e que adquiria prestígio em virtude do poder do chefe.
Mais tarde essa casta especial transmitia aos seus descendentes os privilégios de que gozava.
Em fase mais avançada da história, a riqueza ou a influência política muitas vezes permitia aos seus possessores ganhar o estado de nobreza.
Nas nações da moderna Europa, a nobreza teve origem na aristocracia feudal.
A partir do século XI os nobres tomaram os nomes de seus domínios territoriais, de seus castelos ou de povoações sob seu domínio. Daí a partícula "de", para os franceses e "von" para os povos germânicos.
Em Portugal a monarquia liberal criou novos titulares e alargou muito as honras da nobreza, distinguindo-se não só militares e políticos como também escritores, artistas, diplomatas, comerciantes e banqueiros.
Depois da proclamação da república, um decreto de 18 de outubro de 1910 aboliu os títulos nobiliárquicos, distinções e direitos de nobreza.
A aristocracia ou segunda nobreza é definida como a subinfeudação da grande nobreza. Nos séculos VIII e XI dividia-se em ricos-homens, infanções, cavaleiros e escudeiros.
Ricos-homens: os senhores mais poderosos, pois reuniam a fidalguia de nascimento, a autoridade e prestígio de cargos públicos mais elevados.
Infanções: nobres de raça, mas não revestidos de magistratura civil ou militar. A partir de meados do século XIV a palavra foi substituída pelo termo Fidalgo.
Cavaleiro: todos que eram admitidos à confraria militar medieval da cavalaria e também homens livres que podiam custear por si cavalos e armas e ir à guerra, recebendo, por isso, certos privilégios.
Escudeiros: eram nobres ou não, que tinham por dever seguir, cada um, o seu cavaleiro, ajudando-o a vestir as armas e combatendo na retaguarda dele. A idade que se passava a escudeiro era a de 14 anos. Antes disso os mancebos nobres costumavam servir como pagens ou "donzéis" nos paços dos grandes senhores.
Títulos de Nobreza
A ordenação moderna dos títulos de nobreza é a seguinte:
PRINCIPE - do latim "princeps", "principis" (primeiro). Filho primogênito do rei, chefe de um principado, filho ou membro de família real. É o título de nobreza mais elevado.O título de príncipe, em praticamente todos os países que tiveram ou têm monarquia, não é concedido, mas sim herdado dos pais Reais desde o nascimento. Na Espanha, por exemplo, o herdeiro da Coroa ostenta o título de Príncipe das Astúrias. Isto acontece desde o reinado de Don Juán I, que o concedeu a seu filho, o Infante Don Enrique (mais tarde Enrique III, 1379-1406). Os raros casos de concessão do título para um descendente não real espanhol foram suspensos e substituídos por títulos de duque e/ou conde. Na Espanha, o decreto de 4 de junho de 1948 restabeleceu a validade de títulos nobiliários.
DUQUE – do latim "dux", "ducis" (aquele que conduz).Um dos primeiros a se intitular Duque foi o Conde de Castilla, Fernán Gonzáles, em 1029, que se auto-apelidava Duque dos Castellanos. Mas os primeiros ducados considerados como títulos nobiliários e com caráter hereditário só se homologaram no reinado de Don Enrique II, que titulou Beltrán Duguesclin como Duque de Sória e de Molina, em 1370, e Don Fadrique de Castilla, seu filho, como Duque de Benavente. O primeiro ducado reverteu à Coroa por compra e o segundo por morte, na prisão do Infante Don Fadrique, por se ter colocado contra seu irmão, o rei Don Juan I de Castilla. Daquele tempo até o reinado de Felipe II houve vinte fidalgos que ostentaram o título de Duque. Na Espanha este título era designado para o principal e mais importante fidalgo general do rei. Em Portugal era usado tão somente para os filhos do rei ou parentes mais próximos e, como no restante da Europa, teve maior uso no século XIV. Naquele país o titular gozava da mais alta autoridade e de mais extensa jurisdição. Suas funções incluíam o comando geral dos exércitos do país. Na Itália confiava-se aos Duques a administração militar e civil de cidades e províncias.
MARQUÊS – título intermediário entre o de Duque e o de Conde.O Marquês é definido pelos escritos históricos como "senhor de alguma terra que está em comarca do reino". Na Catalunha foram intitulados Marqueses os governadores da marca hispânica, costume seguido pelos Condes de Barcelona. O marquesado mais antigo remonta a Henrique II de Castela que, em 1336, concedeu o título a Don Alonso de Aragón, tio do rei Don Pedro de Aragón. Em Portugal, também o marquês era o governador das marcas fronteiriças.
CONDE – do latim comes, comitis, que significa «companheiro», é o senhor feudal, dono de terras denominada condado. Inicialmente era um título militar do Baixo Império Romano, associado à autoridade militar e civil, que, mais tarde, passou aos bárbaros, assim designando seus principais colaboradores e seus representantes.
VISCONDE – do latim "vicecomes" (viceconde). Dado principalmente aos filhos caçulas dos condes e sua descendência, de categoria superior à de Barão e inferior à de Conde.
BARÃO – homem, varão, pessoa poderosa pela posição ou riqueza. imediatamente inferior a visconde e superior a baronete. Foi a princípio, no Império Romano, cargo administrativo, equivalente ao papel de fiscalização dos prefeitos das redondezas da capital romana. Hoje, se sabe, foi título criado pelo Imperador Adriano para premiar soldados e administradores que se destacavam em suas atribuições, mas que não tinham direito a se assentar na alta nobreza em Roma.
CAVALEIRO – do latim "caballarius" (escudeiro). Membro de Ordem de cavalaria. Um título nobiliárquico dado aos fidalgos vassalos do Rei que, juntamente com os homens que os senhores das terras eram obrigados a apresentar (lanças), os escudeiros e cavaleiros nobres, cavaleiros das Ordens Religiosas e dos concelhos (também conhecidos por «Cavaleiros-vilão») constituíam a Cavalaria.
Integrou-se na hierarquia dos graus de nobreza:
GRÃO-PRÍNCIPE
INFANTE
ARQUIDUQUE
GRÃO-DUQUE
BARONETE.
Entre os títulos de nobreza figuram também as Grandezas de Espanha, títulos espanhóis concedidos a estrangeiros ilustres.
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